sexta-feira, 31 de agosto de 2012

No Jarro

Drop drop, caem gotas na poça da lama que se alastra pela cidade como zumbidos inalterados, os ferros erguidos suportam tudo mas tudo é insuportável e as vozes, os sussurros, as mantas, camadas de massa furtiva invadem as lajes.
O baloiço ruge com o peso da inocência resguardado por um chapéu sem cor, colado para sempre à espera que os elementos da vida o desgastem. A caneta que perdeu a tinta dá agora refúgio à cigarra, sedenta de enredos e respostas lá vai tocando a sua música, monótona, triste, um profundo eco estático.

Ding dong, espalhada por aí o seu toque aquece até os mais gélidos pensamentos, quando acompanhados pelas caras metades. O milho é mais que muito, diz o galo emproado de crista branca, velho e gasto.
A luz está verde e não é dos semáforos, mas sim dos vermes que percorrem as estradas de terra à procura de refúgio, os Melros invadem os céus de olhos em bico...mas que percebo eu de aves, o pé continua inchado.
A brisa da rainha chega à porta da colmeia e todos a aguardam no interior, uma nova era de produção em massa arrasa a concorrência, estranho seria o bezerro sem asas com um fato inapropriado e brincos de marfim, que caralhada.

O teste do amor, que merda é essa que tanto brilha no escuro? Pirilampo inalterado escorre pelo fundo partido espalhando o líquido florescente, é radioativo foda-se.